A Rede Submarina é um tema central nas discussões recentes entre os países do BRICS, que estão avaliando a viabilidade técnica e econômica para a construção de uma rede de comunicação de alta velocidade via cabos submarinos.
A formalização dessa proposta durante a 17ª Reunião de Cúpula destaca a crescente necessidade de infraestrutura própria para garantir a soberania dos dados.
Além disso, a declaração sobre a Governança Global da Inteligência Artificial e os investimentos significativos em centros de desenvolvimento de IA no Brasil sublinham a importância de se ter um controle mais efetivo sobre as tecnologias emergentes e a comunicação global, especialmente em um cenário dominado por nações do Norte Global.
Estudo de Viabilidade para Rede de Cabos Submarinos do BRICS
Os países do BRICS decidiram conduzir um estudo de viabilidade técnica e econômica para a construção de uma rede de comunicação submarina de alta velocidade, uma decisão formalizada na Declaração Final da 17ª Reunião de Cúpula.
Essa iniciativa é crucial para garantir a soberania dos dados e diversificar a infraestrutura de comunicação global, que atualmente é dominada por países do Norte Global.
Além disso, o estudo será financiado pelo Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), evidenciando o compromisso dos BRICS em fortalecer suas capacidades tecnológicas.
Financiamento pelo Novo Banco de Desenvolvimento (NDB)
O Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) desempenha um papel vital como financiador de iniciativas estratégicas, como o estudo de viabilidade para a criação de cabos submarinos nos países do BRICS.
Este projeto não apenas visa garantir soberania de dados para as nações envolvidas, mas também fortalecer a infraestrutura tecnológica da região, demonstrando a importância de uma rede de comunicação própria.
Com sede em Xangai, o NDB já apoiou projetos semelhantes no campo de infraestrutura e sustentabilidade, promovendo avanços significativos nessas áreas.
O NDB é crucial para projetos de infraestrutura tecnológica do bloco, e sua atuação reflete o compromisso do banco com o desenvolvimento e a integração tecnológica dos países do Sul Global.
Para mais informações sobre o banco e seus projetos, acesse o site oficial do Novo Banco de Desenvolvimento. É através de iniciativas como essas que o NDB colabora para a independência tecnológica e a infra-estrutura digital de seus membros, possibilitando um futuro mais conectado e seguro.
Concentração Global dos Cabos de Fibra Óptica
A predominância dos cabos de fibra óptica nos países do Norte Global representa um cenário desafiador para outras nações que buscam soberania digital.
A maioria dos cabos submarinos que transportam dados globalmente está concentrada em regiões como Estados Unidos e Europa, o que fortalece a posição geopolítica desses locais.
Esta concentração resulta em um controle significativo sobre o fluxo de informações globais, impactando diretamente a segurança e autonomia digital de outras regiões.
Os países do BRICS, por reconhecerem os riscos dessa centralização, deliberaram durante a Cúpula do BRICS sobre a construção de sua própria rede de cabos submarinos.
Ao buscar essa infraestrutura, os BRICS almejam reduzir a dependência dos cabos controlados pelo Norte Global, garantindo assim uma maior autonomia na troca de dados e fortalecendo sua soberania digital.
Essa iniciativa é crucial para a segurança da transferência de informações e desenvolvimentos em inteligência artificial entre esses países.
Governança Global da Inteligência Artificial e Investimentos no Brasil
A Declaração dos Líderes do BRICS ressalta a soberania digital, destacando a necessidade de os países desenvolverem soluções de Inteligência Artificial (IA) em alinhamento com valores compartilhados e a Carta da ONU.
A aprovação dessa declaração implica em um compromisso com o diálogo de governança global da IA, com enfoque na soberania e controle sobre dados, essenciais para o Sul Global.
No Brasil, a relevância dessa discussão se traduz em investimentos substanciais, direcionados a 11 centros de desenvolvimento de soluções de IA, com montante total de R$ 23 milhões.
Tabela Resumida:
Região | Centros | Investimento (R$) |
---|---|---|
Sudeste | 4 | 10 mi |
Sul | 3 | 7 mi |
Nordeste | 2 | 3 mi |
Centro-Oeste | 1 | 1,5 mi |
Norte | 1 | 1,5 mi |
Esse investimento, como descrito, enfatiza a distribuição equilibrada e estratégica dos recursos para fomentar a inovação e o desenvolvimento em todo o território nacional.
Os centros localizados principalmente no Sudeste, Sul e Nordeste, buscam não apenas o avanço tecnológico, mas também garantir que o Brasil se destaque na arena global ao desenvolver tecnologias de IA de maneira soberana e ética.
Esses esforços não só impulsionam a economia local, como também fortalecem a posição do Brasil em debates internacionais sobre tecnologia e governança de IA.
Soberania dos Dados e Necessidade de Cabos Próprios
Para os países do BRICS, a construção de cabos submarinos próprios é crucial para garantir a soberania dos dados.
Atualmente, a maioria dos cabos de fibra óptica, responsável pela transmissão de dados globais, está sob o controle do Norte Global, limitando a autonomia das nações do BRICS.
Ao desenvolverem sua própria infraestrutura de comunicação submarina, os BRICS buscam não apenas fortalecer suas redes de dados, mas também proteger sua segurança da informação.
O site Brasil de Fato destaca a importância de instrumentos próprios de conectividade.
Os benefícios dessa iniciativa são numerosos:
- Proteção contra espionagem
- Redução da dependência tecnológica
- Melhoria na velocidade e segurança dos dados
- Reforço da autonomia digital dos países-membros
Essa infraestrutura proporciona aos BRICS um controle financeiro maior, reduzindo custos associados a terceiros e ampliando sua influência no cenário internacional.
Além disso, a independência tecnológica é vital para o desenvolvimento de soluções de Inteligência Artificial, potencializando recursos nacionais e fomentando a inovação em setores estratégicos, conforme mencionado na Portal Tela
Em conclusão, a iniciativa dos países do BRICS em desenvolver a própria Rede Submarina e fortalecer a soberania dos dados é um passo crucial para garantir autonomia tecnológica e competitividade no cenário global.